Palestra sobre cidadania na era digital abre 6º Encontro MetaRed TIC Brasil

Novo estudo Udigital 2022 Brasil, Maturidade Digital das Instituições de Ensino Superior da MetaRed TIC Brasil

Com o avanço da transformação digital no mercado de trabalho e na rotina de estudantes e profissionais, o acesso à tecnologia e a capacitação para seu uso precisam estar no centro das discussões dos formuladores de políticas públicas e das gestões das instituições de ensino superior. Para debater a questão, o Semesp, a Metared TIC Brasil e a Univesp realizaram nesta quinta, 31 de outubro, o 6º Encontro Nacional da MetaRed TIC Brasil. Com o tema A Era Digital para Todos: Inclusão, Acesso e Equidade, o evento prossegue até esta sexta, 1º de novembro, debatendo questões como recursos educacionais tecnológicos, aplicação da tecnologia no projeto pedagógico, inteligência artificial, mercado de trabalho, inclusão social.

A abertura do encontro contou com a participação de Lúcia Teixeira, presidente do Semesp e da MetaRed TIC Brasil; Rafael Gomes, head de Educação do Banco Santander; Marcos Augusto Francisco Borges, presidente da Univesp; Ernesto Chinkes, representante da Metared Global; Rafael Alves, coordenador de Ensino Superior do Centro Paula Souza;  e Marcos Martins, coordenador de Ensino Superior do Governo do Estado de São Paulo.

 

Lúcia Teixeira abriu o evento destacando a importância da cidadania digital para aumentar o acesso ao ensino superior, respeitando as individualidades dos alunos. Ela apontou ainda que a transformação digital é o primeiro item da pauta das instituições de ensino ao redor do mundo, reforçando que o Semesp e a MetaRed vem incentivando visitas e trocas entre as IES para que elas se aperfeiçoem. “Trabalhamos também em relação à formação das pessoas em relação à maturidade digital e às tecnologias educativas para que as IES enfrentem os desafios e se tornem menos vulneráveis”, apontou.

Rafael Gomes, do Banco Santander, afirmou que a palavra do momento é a colaboração, reforçando a importância das Redes de Cooperação e destacando o propósito de transformação social a partir de três pilares: emprego, empregabilidade e educação. Em sua fala, Ernesto Chinkes, da Metared Global, disse ser um fanático pelas instituições de ensino superior porque elas são fundamentais para o desenvolvimento econômico e social dos países. “As IES precisam assumir então um papel mais relevante na questão tecnológica e da transformação digital”, decretou lembrando que a colaboração faz melhores universidades.

Marcos Augusto Francisco Borges, da Univesp, contou sobre a relação entre a IES com a MetaRed, explicando sobre como nasceu a ideia de organizar e sediar, por meio da parceria com o Centro Paula Souza, o encontro deste ano. “Nos sentimos muito confortáveis em um evento como esse que fala de inclusão porque a tecnologia é a base de tudo em nossa IES”, disse explicando que os alunos da IES fazem parte de um universo muito humilde. “Vários de nossos alunos assistem às aulas em nosso canal de TV porque eles não têm acesso à internet, então é necessário falar de inclusão e, infelizmente, muitas vezes, a tecnologia é o próprio gargalo da exclusão”.

Rafael Alves, do Centro Paula Souza, lembrou da época da pandemia, quando foi necessária a transição das aulas presenciais para as remotas para destacar a relevância da tecnologia para a educação no mundo atual e a importância do tema da inclusão na era digital, principalmente para as populações mais carentes e sem acesso à internet e a equipamentos tecnológicos. Já Marcos Martins, representando do Governo do Estado de São Paulo, finalizou as falas destacando a importância da transformação digital para a educação e da educação para o desenvolvimento dos estudantes de todas as idades.

Cidadania na era digital

Após a abertura, a consultora em Acessibilidade e Audiodescrição, Lara Souto Santana, apresentou uma palestra sobre Cidadania na era digital: Tecnologia, Inovação e Inclusão, que teve como objetivo refletir sobre como a tecnologia pode ser aliada para a promoção da cidadania digital. Lubienska Jaquiê Ribeiro, diretora Acadêmica da Univesp, abriu o painel dando algumas dicas iniciais sobre acessibilidade e apresentando a palestrante, lembrando que a sociedade só vê aquilo que está ao seu redor e que tudo bem errar porque as práticas de acessibilidade são uma questão de treino.

Pessoa com deficiência visual, Lara se apresentou de forma acessível para incentivar boas práticas entre os participantes e decretou que quem trabalha com acessibilidade não tem descanso. “O surgimento de demandas é constante e temos que estar atentos o tempo inteiro porque sempre há alguém descoberto”, afirmou ela. “É importante que tenhamos o compromisso e a noção de corresponsabilidade para que existam espaços mais inclusivos, acessíveis e acolhedores”, prosseguiu.

“Estou aqui para falar sobre a academia propriamente e, infelizmente, de maneira geral, as instituições de ensino nunca foram das pessoas com deficiência”, lamentou. “Por isso, eu vejo o ensino a distância como um grande trunfo para que essas pessoas tenham acesso ao ensino superior”, reforçou antes de apresentar algumas dicas para que as IES tenham mais cuidado e respeito pelos alunos com algum tipo de deficiência.

“Um bom aprendiz pergunta”, decretou reforçando que as pessoas precisam ouvir mais as pessoas com deficiência. Em seguida, Lara questionou sobre a falta de participação de outras pessoas com deficiência no evento antes de falar de políticas afirmativas para evitar, por exemplo, a evasão de estudantes com algum tipo de deficiência. “Precisamos falar sobre capacitismo, por exemplo, porque a universidade é capacitista. E precisamos dar nome às coisas para combatê-las”, provocou finalizando que as aulas precisam ser pensadas para todos. “Um ambiente que não é acessível não é sustentável”, finalizou.

Fuente: Semesp